Se você procura um destino com opções de passeio, comece a pensar
sobre a República Dominicana. Embora os brasileiros ainda não tenham
descoberto o país como um todo – uma vez que a ilha é lembrada
principalmente por suas águas claras e quentes e seus resorts all
inclusives em Punta Cana –, a República Dominicana é mais que isso,
ainda que tenha 1.600 quilômetros de praias a serem descobertas, com
areias brancas e água cristalina. Há também locais para a prática de
esportes aquáticos e ecoturismo onde brasileiros não vão normalmente,
mas há turistas americanos e europeus ocupando seus quartos de hotéis de
luxo durante o ano inteiro, já que as temperaturas de janeiro a
dezembro variam de 25 ºC a 31 ºC, e a temporada de furacões é de junho a
novembro.
Em 2008, foram mais de quatro milhões de visitantes. A alta temporada
vai de dezembro a maio, ou seja, quando é frio no hemisfério norte. Na
baixa temporada, os turistas vêm da América do Sul. De outubro a abril
acontece a temporada de cruzeiros.
Para os brasileiros, não são necessários vistos, a não ser o que se
compra no aeroporto. O cartão de turista permite a permanência de 30
dias e custa US$ 10 ou € 10, e deve ser pago em espécie.
Para chegar está mais fácil, embora não existam voos diretos. Isso
porque a Avianca, companhia aérea colombiana, faz o trajeto via Bogotá:
são 5h30 e depois mais 2h10 até Santo Domingo, cidade que possui uma
hora de diferença no fuso em relação a Brasília.
A primeira parada deve ser Santo Domingo, a capital. Isso porque,
além do atrativo natural, já que a cidade é banhada pelo mar de cor
dégradé, suas antigas ruas respiram história – foi a primeira cidade a
ser descoberta na América por Cristóvão Colombo. Seus hotéis cinco
estrelas e cassinos são os atrativos para os estrangeiros.
Achando que estava no caminho das Índias, o navegador espanhol
aportou sua nau por aqui em 1492. Localizado na ilha Hispaniola, na
América Central, o país ocupa dois terços da ilha e faz fronteira com o
Haiti a oeste; ao norte está o oceano Atlântico e, ao sul, o mar do
Caribe.
Se Porto Rico começou com o reggaeton, a trilha sonora dominicana é o
merengue e a bachata, ritmo romântico, que fala de amor. Salsa é para
os cubanos. E nem pense em confundir!
Cidade antiga
A Zona Colonial de Santo Domingo – separada do restante da cidade por
uma muralha construída para evitar invasões piratas – foi declarada em
1990 Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Lá está a Catedral Primada da
América, que começou a ser construída em 1514 e foi finalizada em 1940.
Embora a catedral ainda exista, hoje está maior do que era no passado,
totalizando 14 capelas.
O primeiro hospital, que data de 1503, é San Nicolás de Bari. No
entanto, em 1998, com a passagem do furacão George, as instalações
viraram ruínas. Hoje, o local é cinematográfico e procurado para ser
cenário de ensaios de moda devido à sua beleza.
As ruas antigas de Santo Domingo contrastam com a frota atual de
carros, principalmente os SUVs importados, uma vez que o país não possui
fábricas de autos.
Além do rum, como o Brugal, bebida mais consumida no país, é o
charuto o artigo mais procurado por seus visitantes, pois é feito
artesanalmente. Na fábrica Cohiba, o charuteiro enrola 300 por dia e
cada um pode custar RD$ 300. Em setembro, cada dólar era trocado por 36
pesos dominicanos.
Samaná
Ao norte do país está Santa Bárbara de Samaná, lugar ideal para quem
busca ecoturismo. Um dos passeios imperdíveis é Salto el Limón,
cachoeira com 40 metros de altura. Para chegar, o caminho não é fácil,
mas recompensador. A partir do Rancho Ramona & Basílio, vai-se de
cavalo e, depois de meia hora, há mais 15 minutos de caminhada em um
terreno sinuoso. Um guia (já incluso no pacote que custa RD$ 1 mil, que
dá direito ao transporte e almoço) ajuda no sobe e desce. Como o solo é
de pedra e barro, às vezes se torna escorregadio. Por isso, é necessário
ir com calçado antiderrapante (tênis ou papete resistente), calça (por
conta do carrapato) e muito protetor solar. E nem se arrisque dispensar o
guia: acredite, ele vai te ajudar!
A cachoeira é linda e a água fresca ajuda a aliviar o calor. Em
seguida, vista a calça de novo e retorne, pois um delicioso e típico
almoço será servido por Ramona.
Para se chegar à Isla dos Haitices é preciso pegar uma excursão de
barco. Lá é possível ver o manguezal, as raízes aéreas, apreciar e ouvir
a diversidade de pássaros, ver peixes, caranguejos, além de conhecer as
cavernas.
Samaná é reduto de baleias jubarte, que podem ser observadas entre janeiro e abril; depois, seguem para os mares frios do norte.
Outro passeio imperdível, o paraíso, como define o guia Prudencio
Ferdinand, da Secretaria de Turismo do país, é a Isla Saona. De barco, o
percurso dura uma hora e a animação é geral. Isso porque os turistas
vão a bordo de um catamarã com rum e coca-cola e ao som dos ritmos
caribenhos e passos ensaiados. No caminho, pausa para o mergulho na
piscina natural.
Saona é, de fato, o paraíso. As águas quentes do mar do Caribe ajudam
a embalar o dia e dominicanas preparadas com óleo de massagem oferecem
tratamentos à beira mar.
Resorts
Se a opção é luxo e exclusividade, há pelo menos duas opções. A
primeira é a rede Bahia Príncipe. A unidade em Cayo Levantado é mais
exclusiva, pois fica na ilha de mesmo nome e possui praia particular.
Quem não é hóspede, pode usar a praia pública banhada pelas águas
quentes e claras do Atlântico. Antes de chegar, quando o barco vai se
aproximando, já é possível se deslumbrar com a paisagem exuberante e a
coloração do mar: de perder o fôlego!
No Gran Bahia Príncipe Cayacoa o sistema é all inclusive. Acesso à
internet no quarto não existe, e quem quiser aproveitar a rede wi-fi do
lobby, basta desembolsar US$ 15 por 24 horas.
Outra opção de resort é a Casa de Campo, a duas horas de Santo
Domingo, em La Romana. O hotel fica em uma propriedade de cerca de 30
quilômetros quadrados que inclui restaurantes, campos de golfe, marina,
condomínio com 1.500 mansões e Altos de Chavón, aldeia feita de pedra
onde moram artistas em intercâmbio cultural.
É em Chavón que está a capela San Estanislao, aberta 1979 com a
presença de João Paulo II. O anfiteatro do local tem capacidade para
cinco mil pessoas e é um espetáculo à parte. Sua inauguração ocorreu em
1982 com show de Frank Sinatra.
Como as distâncias são grandes, cada apartamento tem garagem para
guardar o carrinho de golfe que cada hóspede recebe ao fazer o check-in.
Com ele, é possível ir à praia Las Minitas e aproveitar a mordomia do
serviço all inclusive que, aliás, não inclui o frigobar nem a internet,
que custa US$ 15/dia e acesso no quarto.
Proprietário de um dos restaurantes e gerente-geral da Casa de Campo,
o brasileiro Alberto Grau Neto chegou há dois anos e meio à República
Dominicana. Ele conta que estão sendo investidos US$ 30 milhões na
reforma do hotel e acredita que, em breve, os brasileiros vão conhecer
além de Punta Cana. E vai valer a pena.
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