quarta-feira, 11 de julho de 2012

Procura por intercâmbio cresce no meio do ano


 

Enquanto muitas pessoas viajam para o exterior apenas por lazer, nesta época do ano as agências de viagem começam a se movimentar em razão dos estudantes que pretendem aperfeiçoar seus conhecimentos de uma segunda língua em outro país. Entre maio e agosto, a procura por intercâmbio em Volta Redonda aumenta, mas as viagens, normalmente, são realizadas apenas no final do ano.

Para quem não sabe, o intercâmbio funciona da seguinte forma: o estudante - seja ele do ensino médio, superior ou apenas interessado em um curso de línguas - decide viajar para aperfeiçoar uma língua estrangeira de sua preferência, conhecer a cultura de outros países, além de enriquecer o seu currículo. Lá, ele ainda pode encontrar outros estudantes de diversos países, e trocar conhecimentos entre as diversas culturas.

Segundo a agente de viagem Syomara de Souza Delgado, os estudantes preferem viajar nas férias de final de ano, para evitar que algum período do ano letivo seja perdido.

- Nossos clientes de intercâmbio são em maioria estudantes de 15 a 27 anos. Os pacotes escolhidos geralmente são os de quatro semanas, três meses, seis meses e um ano, mas aqui, os que mais saem são os de quatro semanas, pois o estudante pega uma experiência rápida, sem precisar ficar muito tempo fora do país - explica.

Os destinos variam muito pouco, independentes da agência que o estudante escolher para promover sua viagem. Para Syomara, o Canadá está no topo da lista de procuras para intercâmbio.

- Logo abaixo vem Califórnia, algumas cidades do interior dos Estados Unidos, Londres, Paris e Alemanha. Ainda podemos incluir nessa lista Buenos Aires e Chile, destinos também bastante procurados nos últimos anos - relatou.
Syomara ainda explica que antes de o cliente fechar negócio, a empresa faz uma entrevista com ele, para saber detalhes pessoais, como gostos, nível de conhecimento em inglês e personalidade, para que não haja nenhum desentendimento em relação à moradia, estudo e à família com que o aluno irá morar.
Experiência adquirida
De acordo com a estudante Lívia de Melo Ferreira, a experiência obtida pelo intercâmbio é fantástica, além de contar muito como enriquecimento profissional para o mercado de trabalho.

- Só o curso de inglês não adianta; você tem que passar por alguns apertos no período do intercâmbio. São esses apertos que realmente te ensinam o que você precisará para a vida profissional - explicou.

Sobre o ensino nos colégios americanos, Lívia, que viajou até Mount Washington, Kentucky, Estados Unidos, diz ter se surpreendido com as escolas públicas de lá.

- Gostei muito da experiência das escolas públicas. Dava para notar a diferença em relação ao comportamento dos alunos. Lá, era tudo de ótima qualidade. Os professores, coordenadores e funcionários eram totalmente respeitados pelos alunos e o ensino era muito bom - disse.

Lívia, que optou pelo intercâmbio ainda na época de colégio, já que quando tomou a decisão, ainda cursava o 2º ano do ensino médio, se decidiu diante do exemplo da irmã.

- Eu decidi fazer intercâmbio após a minha irmã ter feito. No começo, foi uma decisão sem muito compromisso, mas depois eu percebi o quanto era importante para mim e para meu futuro profissional - disse.

Perguntada se faria outro intercâmbio, Lívia não pensou duas vezes sobre a resposta positiva e ainda citou os próximos possíveis destinos de seu aprendizado.

- Eu faria outro intercâmbio sim, pois o que se aprende em relação à cultura e hábitos de países diferentes são de um conhecimento inenarrável. É difícil se adaptar, mas é muito bom. Como próximo destino, estou em dúvida se mantenho meu aprendizado nos Estados Unidos, ou mudo de rumo e vou para o Canadá ou Londres, mas ainda preciso estudar as minhas condições para realizar essa viagem - afirmou.

No entanto, quando o assunto está relacionado a largar os estudos para realizar o intercâmbio, Syomara defende a ideia de que se deve pensar muito antes de tomar essa atitude, mas dá dicas àqueles que não gostam de estudar e ir às aulas.

- Eu não costumo indicar o intercâmbio àqueles que estão em fase de conclusão do ensino superior. É uma decisão pessoal, que depende muito da vontade do aluno em ir viajar. Aqueles que não gostam de ir às aulas podem abrir mão da faculdade para investir em um conhecimento cultural de primeira, que servirá como diferencial para o currículo - finalizou.
Oportunidade que cabe no bolso
A agente de viagens explicou que, hoje, para se passar um mês fazendo intercâmbio no exterior, como por exemplo, nos Estados Unidos, o aluno deve desembolsar cerca de R$ 10 mil para a viagem. Desse montante, R$ 5 mil estão destinados à escola e hospedagem, R$ 2 mil de passagens ida e volta e mais cerca de R$ 3 mil para outras despesas do aluno, como compras, passeios turísticos e lazer durante o período de um mês.

- É difícil alguém viajar aos Estados Unidos, por exemplo, e não comprar produtos que aqui custam o triplo do preço - acrescentou.

Os R$ 7 mil direcionados a estudos, passagens e hospedagem podem ser parcelados, o que facilita, e muito, o investimento no aprendizado do filho.

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